14 de fevereiro de 2012

Eterna namoradeira


Abrindo a asas do meu coração voo livremente pelo mundo do amor. Glorifico a vontade de namorar. Não só hoje no excelso dia de S.Valentim, mas todos os dias. O meu desejo momentâneo de hibernar jamais contempla namoriscos.
Todos os dias há um ensejo especial reservado ao namoro, tem dias que namoro um pouco de mim, tem dias que arrulho meu amor, meus sobrinhos, minha mãe, meus amigos. Outros dias meu coração corteja meus gatos, meu desporto, minhas flores, minhas artes, minha escrita.
Namoro tudo que amo e tudo que prezo como vital na minha vida. Namoro a verdade, a sinceridade, a minha transparência e a dos outros.
Tem momentos que me derreto a enamorar o por do sol, a natureza, as crianças ou o gesto mais subtil, enfim, que mais posso namorar senão o melhor da vida?
Porquê pensar no namoro apenas por dois seres do sexo oposto?
Se há tanta coisa para namorar, para desfrutar com amor imenso.
Porque namoro é: quando um olhar toca no meu e me estremece. Quando um cheiro invade meu olfacto e penetra em meu corpo. Quando uma música embala meu ouvido e me faz voar. Quando uma atitude ou uma carícia me ascende à coroação de um Ser Maior.
Desde o meu nascimento que namoro a vida. Os altos e baixos não esmoreceram a coragem de a amar cada vez mais. Porque cada derrota dá lugar a um novo caminho, rumo ao sucesso.
È namorando que me rejuvenesço, é namorando que sou feliz e que posso fazer os outros felizes.
Sem namoro as flores do seu coração morrerão desnutrinas de alimento.
Vamos entoar o amor como faziam antigamente as crianças nas Ilhas Britânicas. Louvando com a música das nobres palavras proferidas a cada dia, cantando com salutares gestos e carícias repletas de amor por todos. Porque é semeando que se colhe. E se pão é o alimento do corpo, já o amor é o alimento do coração. De nada vale viver na abundância de alimentos e de bens materiais se empobrecemos no amor de afeição ao próximo.
Viva o dia de S.Valentim em superabundância de afectos por tudo e por todos. E em cada madrugada renove um novo namoro por algo ou alguém.

3 de fevereiro de 2012

Não te conheço



Num cruzamento de olhares e na permuta de singelas palavras, arregacei as mangas na aventura de uma nova partilha que se patenteava aristocrata.
Deixei-me mergulhar naturalmente ao som dos passos que nos acompanhavam. Tudo aconteceu conforme a natureza escolheu, cruzou gratuitamente nossos caminhos.
Tudo começa deste jeito, conhecemos alguém quando menos esperamos. Alguns permanecem do nosso lado, nos despertam, nos valorizam, outros nos deixam perdidos na jornada e rumam em direcção a outros portos.
Indiferentes, enterram para sempre belas palavras trocadas com tanto carisma como se estivéssemos perante o nascimento de uma nova e sublime amizade. Tudo acontece sob um efeito invertido e nos deixam a reflectir. Porque permanecemos com uns e ficamos esquecidos, quase invisíveis aos olhos de outros?
No silêncio de meus pensamentos, anseio despertar em algumas pessoas o carinho e a admiração que elas me causaram.
Há quem chame a esse impulso de atracão, de química, não sei se é, mas de facto parece um íman forte que liga dois metais. Atraem-se uns e repulsam outros sem o menor elo.
Cada criatura é uma autêntica caixinha de surpresas, não conhecemos, criamos uma fotografia, composta da beleza exterior à qual adicionamos comportamentos vitoriosos que de inicio fazem colidir nossos sonhos e nossa criatividade.
O tempo é o nosso maior aliado porque nos dá confirmação que alguns são apenas meros actos que não passaram nem da nossa imaginação, nem do virtualismo de personalidades que se esculpiam artificialmente, ao ponto de dar a entender que seriam um exemplo de criaturas.
Nosso percurso de vida nos permite felizmente colidir também com quem estava a léguas de ser a sólida pedra que construía a mais magestosa amizade. Rompem nossa íris com o microscópico pensamento de ser apenas mais um. Embatemos adormecidos sem nos apercebermos que ali, mesmo do nosso lado está a peça do puzlle que faltava para nos sentirmos completos.
São finais felizes como este que nos enriquecem com a consciência que vale sempre entrar de mergulho na aventura de partilhar um pouco do nosso pequeno mundo com desconhecidos. Vale acreditar que a justiça divina tem o dom de cruzar na hora e no momento certo cada criatura.
Porque sem dúvida alguma, com medos, só desperdiçamos o recurso que temos ao nosso dispor de encontrar verdadeiras pérolas que nos amam, nos preenchem e nos tornam seres mais fortes e iluminados.