22 de novembro de 2011

Choro compulsivo


 
No mundo frenético em que vivemos, acolhe-nos problemas mesquinhos, embalados por pessoas como se urgisse deles a vontade de dar à vida uma morte colorida.
Problemas sérios de fome, pobreza e maus tratos, pavores que diariamente os meios de comunicação social espalham ao nosso redor, não chegam para brotar lágrimas de sangue nos corações felizes.
Porque esses ainda escavam desgraças de míseros nadas em atitudes espontâneas que seres caminhantes e imperfeitos, praticam sem maldade, a cada expiração.
São posturas como a falta de abnegação que derrubam gigantes edifícios de amor e amizade.
Um sombrio vapor faz meus olhos navegarem na angústia, por este imenso oceano de lamentações. Ergo minhas mãos directamente ao rosto na tentativa de encobrir a tristeza que jorra em lágrimas.
Necessito de mais mãos para vedar meus ouvidos e impedir de escutar a inclemência de cruéis palavras.
O que querem, o trono da vida só para eles, a liderança sobre todos, ou o mundo inteiro para o manobrar a seu belo prazer?
Quando se tocam e olham em frente com os olhos da humildade, quando usam os seus lábios para proferir palavras doces e servem-se de suas mãos para segurar quem se patenteia cair do precipício de vidas sem rédeas e sem rumo?
È verdade, sei que não sou a detentora dos bons actos e da razão, mas me esforço e sinto-me sobre a linha dessas medíocres atitudes, muitos degraus tenho ainda a subir. O topo também não é o meu objectivo, estar acima deles muito menos, apenas almejo o cume de mim própria. Ascender e deixar no degrau debaixo o meu turbulento oceano. Aquele que indiscutivelmente todos têm em maior ou menor grau.
Tenciono dar as mãos a todos e gritar em conjunto bem alto: Nos amamos e juntos batalhamos por um mundo melhor.
Esse é o lema que devia prevalecer, e não a luta pelo poder. Não à ascensão da soberania da classe social e da classe trabalhadora, não ao poder pela liderança no amor, na amizade e na família.
Na igualdade lutamos pela afeição e pela felicidade do próximo.
Nesta encarniçada guerra, competimos apenas por algo que nem sequer existe: O nosso Ego.
De que têm medo? De ficar sós? De sentirem-se desvalorizados?
Tricas, ciúmes, avarezas, derrubar o próximo, deviam ser atitudes abomináveis ao ponto de os encarcerar na cela do desamor de do ódio por eles mesmos. Só por raros momentos, para que pudessem sentir a dor que causam aos irmãos de luz.
È com imensa tristeza com que verto frias palavras. Não me conheço, não compreendo para onde foi o meu amor incondicional pela vida.
Mas é assim que ela é composta, de altos e baixos, e não podemos deitar no lixo momentos como estes. De tristeza e de profunda decepção por aqueles que disfarçados de anjos pintam nossas vidas.
Este combate é renhido, quero emanar amor e alegria, mas as teclas se agrupam e apenas me permitem narrar desamor e mágoa. Deixo-as livres, porque essas sim, são sinceras na descrição do que sinto, afinal.

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