18 de novembro de 2011

Peregrino sem fronteiras

Hoje logrei coragem de pegar na minha mochila e viajar sozinha pelo meu ingente mundo interior.
Como quando se decide embargar na aventura de peregrinar para um local longínquo e completamente desconhecido, é indispensável carregar tudo quanto é essencial.
Mas de nada vale atulhar a mala, o percurso será curto e o enlevo da alegria, transforma as gargalhadas da primeira paragem, nas lágrimas da dor de um corpo que se curva e não aguenta a carga.
Assim, completamente consciente que quanto mais leve for a bagagem, mais livre me sinto e emancipado caminho percorrerei. Vejo-me coagida a fazer a minuciosa escolha do que coloco dentro dela.
Eliminei todo o desconforto que o apego me trouxe e toda a dependência que criei dos outros. Esvaziei-a de preconceitos, de desamores, do desgaste dos problemas que sacudiram  as horas do tranquilo sono que minha almofada não hospedou.
Empenhada na minha selecção, recolho ao meu penetrável passado, à data da minha concepção e de onde ela surgiu. Provida de um espontâneo e bonito acto de amor entre duas criaturas, jamais consinto sepultar-me sem antes ascender ao estatuto de um ser maior.
No amor tudo começa, ele alberga tudo o que me rodeia. Alimento-o na aurora de um acordar feliz, onde agradeço ao criador todas as coisas que compõem a minha vida. Permito-lhe que cresça com a mesma grandeza que contemplo os outros e semeio-o com a convicção que é fomentando o bem-querer que o meu ser se ilumina.
No intuito de aflorar um percurso completo e perfeito, derrubo o baluarte de lamentações e ergo a fortaleza dos mais polidos sentimentos que me completam. Prezo gravar neste percurso as pegadas perfeitas resultantes de boas acções e do despertar nos outros de uma deslumbrante onda de bem-estar para que nos possibilite erguer em perfeita comunhão ao enlevo de viventes felizes e completos.
 A leveza das minhas risadas galgam os muros de problemas e ecoam no outro lado da estação a supremacia de um ser caminhante que tem um mundo a seus pés para percorrer.
E assim, de pedra em pedra, peregrino me transformei. Foi cuidando minuciosamente da maior viagem da minha vida que atingi a plenitude com o dom da verdade e do amor.

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