28 de julho de 2011

Dialogando palavras escritas


Numa simples união entre minhas mãos e a caneta teclado, diluem-se pensamentos e transformo-os num delicioso silêncio.
Um silêncio de sentimentos transplantado, onde a cortesia do diálogo permite-me um conforto absoluto de encontro entre todos os seres que viajam comigo, sejam eles gnomos, fadas, anjos ou duendes, sem esquecer inevitavelmente da criança-mulher. Concedo-lhes o espaço suficiente para criarem uma roda-viva de intensas partilhas.
A vontade fugaz me acompanha sempre,  escrever é a fresta do meu coração que se abre livremente em busca de um interessante diálogo. Não consigo escrever o que quer que seja que ele não me solicite.
Sou eu sim, quando escrevo!  Escrevo o que acredito, o que penso e o que sonho. Porque simplesmente encontro na minha escrita a liberdade de ser quem sou.
Ninguém me interrompe, a tinta escorre e as palavras s elevam-se carinhosamente. Emergem questões, por vezes perpetuam-se, outras encantadoramente respondem-me enquanto dou-lhes forma.
Escrever é um maravilhoso acto de amor, tanto que por vezes até dá aperto no coração e a lágrima desafia-me saindo discretamente do canto do olho.
Há coisas que tocam forte mas até que é bom ser sensível ao ponto de não ter a mínima vontade de sepultar esse lado. Se está em desuso ou não, não é relevante, porque simplesmente vale tudo quando possuímos a ousadia de ser e manifestarmos quem somos.
Tal como dispo as minhas vestes sem qualquer pudor quando o espaço e a companhia assim o permitem, em cada texto me autorizo ser mais eu, desnudo meus sentimentos com os truques de magia e construo um longo caminho de espectacular feitiço engatinhando dentro de mim rumo aos olhos de quem se outorga apreciar.
E na escrita tudo acontece, basta permitir tocar a música que o deslizar do sangue ao coração emite. Não há quezilas nem opiniões discrepantes. Ninguém se tropeça ou derruba para atingir o primeiro lugar do trono.
Eu e eu, numa profunda e confortável solidão de encontros divididos na perspicaz dose certa.

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