29 de julho de 2011

Encontrar a Luz


Aproximava-se o fim-de-semana e lá estava ela disposta a despir a farda à sua alma.
Aninhar-se no seu afável leito, como quem procura regressar de novo ao útero materno e encontrar aí a sua verdade.
Aquela verdade despida de medos. Medo de se expor e de se rejeitar a si própria.
Tantas carências que encontra dentro de si. O uso constante da cercadura de batalha, da voz altiva, das palavras frias que mecanicamente saem, pensadas meticulosamente para que a postura não se erga à mais pequena provocação e à vontade sarcástica de terceiros que tudo fazem para a ver descer do pódio. Gera uma vida tão repleta de grandezas materiais como de carências naturais onde toda a simplicidade é desperdiçada em cada momento que passa ocupando um trono.
Sim, simplesmente um mero trono, desejado e amaldiçoado por tantos. Enquanto lá fora a nascente brota a mais límpida água, refrescada por sentimentos iguais àqueles que estão na cadeia do seu coração, pelas palavras puras amordaçadas e impedidas a todo o custo de seguirem o seu ciclo natural.
Mas neste momento a sua grande preocupação reside em permitir-se àquela viagem tão difícil, mas tão necessária. Entrar no meu íntimo, descer todos os degraus, e chegar intacta até à profundeza das suas puras raízes.
Deixar de lado o medo de denotar que afinal por trás de todo o porte intocável existe um ser extremamente frágil, cheio de dúvidas, desejos e receios. Dissipar o imenso medo de se amar e de amar aos outros.
Quantas vezes somos maltratados por alguém que até mal nos conhece, soletrando palavras tão friamente disfarçadas, desviadas deles para eles mesmos e arremessadas à primeira pessoa que se aproxima?
Quantas vezes a necessidade extrema de manter uma majestosa imagem, é a sua constante cobrança da necessidade de ter quer ser e mostrar quem gostariam afinal de ser e não o são?
Como eu gostaria ter a livre permissão em dizer estas tão simples palavras a alguém que me toca de verdade mas que não vê ou teima em não olhar para o seu lago da vida, permitindo reflectir-se e dar-se a oportunidade de ajuizar que essa é a razão de não encontrar a paz que tanto almeja.
Despoja-te desses valores que majestosamente elevas e os sustentas como fundamentais. Livra-te dos entulhos disfarçados de pérolas, pois só assim a casa do amor que sufoca dentro de ti, terá a oportunidade de te presentear com o que de facto é vital para que te sintas verdadeiramente completa.
Ama-te, deixa brilhar a poderosa luz que tens dentro de ti e sê feliz !!!

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