26 de julho de 2011

Férias



Descalça pela praia a bela sereia desfrutava daquele tempo maravilhoso de férias.
Férias de tudo e de nada. Férias do seu ser, de ti e dos outros.
Questiona-se, afinal onde está o bom das férias?
Do prazer de nada fazer e de não ter compromissos. Da vontade de deixar rolar os minutos como  a leveza de uma borboleta que esvoaça ao som do ar que a circunda.
Que bom são as férias, não de ti, mas dos outros, dos aborrecimentos, dos compromissos, de ter que fazer o que não lhe agrada. De ter que ser adulto e cheio de obrigações.
Assim no conforto desse imenso relaxamento, ela comprometeu-se a desfrutar exclusivamente do que é bom. Nem se dá ao “triste” luxo de se aborrecer com futilidades, quer sentir profundamente o que é viver sem problemas. Mesmo que saiba de antemão que alguns continuam a existir, e que dentro de pouco tempo vai voltar a enfrentá-los, não lhe priva de viver ignorando-os completamente nesse divino período de retiro designado por férias.
E assim no seu percurso a sereia se emancipa, permitindo-se ao seu imenso querer. Se não lhe apetece não faz, se não gosta não come, se não quer ir não vai…Sente uma profunda liberdade. È para isso que elas servem afinal!
Desfrutando calmamente do sol dá consigo observando quem a rodeia, um dos seus passatempos favoritos, confessa. E o que vê, famílias em picardias com pequenos nadas, fazendo evaporar os seus maravilhosos tempos de lazer a aborrecerem-se constantemente. E outras pior ainda, parecendo-se estranhos mudos. Se questiona, será que viver em família é isso, não se dirigindo a palavra, ou quando convivem usa-se um diálogo controverso, frio e sem conteúdo plausível?
Que desperdício de tempo! Felizmente, esta obscura visão é contrastada com excepções. Uma particularmente mereceu a sua especial atenção, onde a brincadeira reinou todo o tempo. Ficou tão absorta com tamanha animação, que o facto de terem invadido a calma que a rodeava não lhe permitiu sequer ser alvo da mínima amofinação.
Descobriu nestas deliciosas férias que o segredo de uma estrondosa alegria interior resume-se corresponder às profundas vontades sem inevitavelmente esquecer do espaço e gosto de quem se partilha.
Sim, porque cada ser tem um espaço e tempo próprio, não há o direito de alterar os tempos dos outros só para alimentar o nosso belo prazer. A nossa felicidade NUNCA se pode sustentar na infelicidade de terceiros.
Quando a nossa vontade ou o nosso tempo não está no mesmo nível de quem dividimos, cabe-nos a nós a estratégica de procurar alternativas que encaixem a ambos, pois só assim é possível atingir a cereja do bolo. Aquela que indiscutivelmente todos ambicionamos!
Desta vez a maravilhosa sereia tirou férias de tudo…até dos problemas e de qualquer aborrecimento.
Vale mesmo a pena todo este empenho, pois só assim se consegue regressar totalmente renovados!!!
Votos de espectaculosas férias para todos!

2 comentários:

  1. Gosto da forma como escreve. Parabéns pelo blogue:)

    Cumprimentos,
    Guilherme Monteiro

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  2. Obrigado por partilhares da tua opinião.Bem haja!

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