22 de junho de 2011

... E num suspiro os olhos se fecharam



Como seria bom conseguir desfazer a cama de felpudas nuvens de algodão e trazer aquele belo jovem que Deus retirou a vida instantaneamente aos dezassete anos.
Poder dizer à dor profunda daqueles pais, que apenas foi um pesadelo, lhes entregando intacto aquele filho admirável aos olhos de todos.
Mais uma desastrosa mas infelizmente totalmente verdadeira noticia, destabiliza a minha paz interior.
Reflicto, preciso descobrir as respostas no compêndio da minha existência. Ao que sou estranhamente assolada com uma invasão de dúvidas.
Quero encontrar um conforto e uma explicação. É-me impossível ficar indiferente ao sofrimento alheio. Vivo diariamente em comunhão com jovens da mesma idade, e não consigo imaginar minha vida sem o rubro desta juventude.
Aquele sentido da vida que aparenta uma placitude e uma sequência de acontecimentos tão formosamente enquadrados, são inexplicavelmente destruídos com um virar da página.
Faz-me parecer que de repente estou a ler o meu compêndio de pernas para o ar, e do fim para o inicio.
Não há nexo em nada do que leio, quero procurar um sentido. Procuro uma luz mais potente, uso a minha imaginação para agrupar as palavras noutro contexto, achando que o meu esforço de as desalinhar lhe dariam o sentido certo que ansiosamente almejo encontrar.
Sinto o meu esforço inútil. As frívolas dúvidas desfolhadas de qualquer resposta que me possa deixar com algum conforto possível desfazem-se como poeira ao vento.
Uma vida cheia de sonhos e projectos para um futuro que se descortinava amplo e pintado com as mais exuberantes cores do arco-íris desaparecem à mínima brisa.
Nem mais um passo para a frente é possível palmilhar, nem mais um sopro ou uma respiração. Um imenso mundo, num sinuoso suspiro fez desmoronar tão belo império.
Uma grande lição de vida para todos nós caminhantes. De nada vale correr, atropelar, destruir, reclamar…
Há que enfeitar a mesa da nossa vida com as mais belas e perfumadas flores e na impossibilidade, aceitar cada derrota, cada batalha e cada personalidade que esbarramos a cada dia.
Promover o respeito e a compreensão com o nosso semelhante. Derramar partículas de sinceros afectos e ascender ao patamar da caridade.
Fazer da vida uma constante festa, para que quando as luzes se apagarem, possamos dormir serenamente com a total convicção de MISSÃO CUMPRIDA!!!
(A minha sincera homenagem a Marcelo Ferreira.)

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