6 de junho de 2011

Um pouco de mim


“Após um fatídico dia de trabalho, uma vontade imensa disparou sobre mim, Instalar-me numa sala de cinema e assistir a um empolgante filme que me permitisse viajar pelo sonho e pela fantasia.
O bilhete de entrada exibia o toque suave da delicadeza da mais macia pele. Paguei o preço do valor de uma amizade que explodia dentro de mim com o encanto da serenidade que me transmitia.
Entrei na sala, ainda vazia, onde o brilho das suaves luzes em consonância com o macio chão alcatifado me proporcionava a sensação de flutuar sobre leves nuvens de um tom azul igual às cores que coloriam as paredes.
Me sentei confortavelmente bem no centro da plateia aguardando o início da sessão.
… Continuei esperando, até que me apercebi que a sala naquele dia estava totalmente guardada para mim. A tela escura deu lugar a um filme de total cor branca, a forma das personagens era nula, o movimento inerte se fazia ao som da música que tocava. Todo o meu corpo se sentia embebido pela suavidade da doce melodia que aromatizava o espaço que me envolvia.
Assistia a um filme nunca antes imaginado, de um intenso conteúdo. Me sentia totalmente inebriado pela aventura da minha vida a qual parecia se expor em cada segundo que passava. Reflecti sobre cada estação que dela fazia parte. Explodia com toda a agitação de emoções que vieram à tona.
Apesar disso me sentia sensivelmente envolvido de uma paz sem fim. Aquela tela branca em sintonia com a suavidade da melodia criara em mim um sentimento totalmente mágico.
Envolvido por todo este encantamento, meu coração pulsava tocando a música da minha vida.
As horas passaram sem me dar conta, acordei serenamente deste transe psicológico, contemplando as mais lindas janelas que se abriam para o mundo. Uns olhos amigos que exibiam a límpida luz da alma que sem receio algum deixavam sair os seus sentimentos mais sinceros e profundos.
Parti sereno, com a agradável sensação de ter recebido gratuitamente um maravilhoso presente, sem forma mas de valor incalculável. Só não imaginei ter retribuído a mesma paz e tranquilidade a quem me ofertou com tamanha simplicidade. Não imaginei o quanto a minha presença e a nobreza das minhas palavras, alteraram o outro ser com quem partilhei esta parte da minha vida.”
Não haja dúvida que na grandeza de uma amizade onde prevalece o ingrediente sinceridade, se colhe o melhor tesouro da vida e se recebe muito mais do que se oferece.
(Relato contado na segunda pessoa.)

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