4 de abril de 2011

Tempo que te quero ...


A vida corre e com ela nós corremos…
É uma corrida constante pelo tempo e contra o tempo. Uma luta diária e insatisfeita.
A falta de tempo parece um vírus que se alojou na vida de todos nós.
E nessa correria ninguém teve tempo de sentir que até existe tempo, que afinal ele está lá, naquele canto inerte, esperando que alguém o abrace e o leve consigo. Só que a poluição mental e o excesso de informação que carregamos nas nossas mentes nos impede que possamos fazer as pazes com ele e o tornemos o nosso maior aliado.
Para termos tempo é preciso antes de mais parar. Tudo começa num ponto e é aí que reside a resolução deste mistério. Paramos, escutamos, fazemos primeiro a nossa arrumação mental, e depois veremos como as horas aparecem de repente renascidas de mais minutos.
Pensar primeiro que se tem tempo, e depois deixar que o tempo entre na nossa casa mental. Permitir que ele se instale confortavelmente, que se passe a viver de mãos dadas e deixar de correr atrás dele, consumindo-o como quem devora aquele pacote de pipocas na sala de cinema.
Porque ele é quase sempre um amigo, basta verificarmos como ele se comporta de forma tão diferente consoante as situações que se vive.
Em momentos difíceis e conturbados, em que somos alvejados por uma nuvem negra de tempestade, o tempo é infinito, as horas são longas e dolorosas. Queremos que o tempo passe e com ele todas as angustias e duvidas. Um tempo que não é amigo, que não nos abraça e que friamente se mantém do nosso lado de forma interminável.
Já em situações em que estamos com alguém que nos toca profundamente, que nos permite fundir numa perfeita paz e alegria. Ou quando fazemos algo que nos permite conectar de tal maneira, que nós e o que praticamos se une como uma simples extensão do nosso ser. Aí o tempo nos envolve gratuitamente e de forma tão carinhosa que chega ao ponto de silenciosamente parar, como um amigo verdadeiro que se mantém ao nosso lado, deixando que sejamos quem queremos ser sem julgamentos e desfrutando generosamente da felicidade que temos para partilhar.
“Meu tempo meu amigo, que te quero sempre, que me deixes viver e desfrutar desta vida que seja curta ou longa como que tiver que ser. Mas sempre contigo do meu lado será vivida com toda a plenitude a que tenho direito.”

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