29 de abril de 2011

Saudade



Saudade que mói, aperta e dá vontade de correr. Correr sem parar, na tentativa de buscar em traço urgente o que se distanciou.
Pode ser saudade de algo, de alguém. Saudade do tempo que passou, da pessoa que se gosta e não se vê. Saudade de momentos compartilhados. Saudade de uma vida que se foi, saudade de um cheiro que já não existe e nos marcou ou de uma comida feita por alguém que partiu e que já não pode fazer mais. Enfim, saudade de tudo o que os nossos sentidos nos permitem saborear.
Palavra a utilizar tão fria mas que neste momento aplica-se de uma forma tão graciosa, com o intuito de nos devolver uma alegria. Vamos “matar” aquela saudade que nos envolve.
Lançá-la para bem longe e preencher o espaço por ela ocupado com o sentimento que aprisionou.
Não quero mais senti-la. Busco constantemente para ir ao encontro do meu objectivo. Daquilo que só me restou: Saudade!
Estarei confusa, como poderei definir esse sentimento, bom ou mau? Mas se ela existe é porque realmente gostamos. E se gostar é bom, então vamos deixar espaço para sentir essa saudável saudade. Por vezes é uma oportunidade única de valorizar um sentimento que até ela ter chegado, nem nos tínhamos apercebido da sua verdadeira grandeza.
Nem parece justo, esperar por perder, por sentir a ausência e consequentemente chegar ao estado de saudade imensa para sentir o valor das coisas e sobretudo dos elos fortes que nos unem a quem gostamos de coração.
Guardamos dentro de nós com a memória, mas protegemos interiormente no ninho do nosso coração. Temos que a tratar com a meiguice que ela merece, porque sem dúvida ela engrandece os nossos sentimentos mais profundos.
Então direi, saudade doce, como o sentimento que sinto por quem o tempo me levou. Vou saborear essa distância, deixando o amor e carinho crescer dentro de mim, como algo que nutre minhas células com o precioso alimento da amizade.

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